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vitorleal7

Romance. Gravidez, não. Gravidade.

Na virada da meia idade, onde o peso das pernas começa a superar o gravitacional, com a criatividade presa e explodindo na lata de uma profissão tradicional, acolhi uma brisa de mudança em meio a um dia de olheiras marcantes, típicas de quem participa intensamente do crescimento de filhos pequenos. Mais um pouquinho de respiração, beira de queixo apoiado na mão, olhar inclinado para o céu e...pimba...vou desaguar palavras em rede social.

Criado o instagram de frases @vitor_leal_escritor experimentei um certo sucesso. Caminhava na escrita no passinho pé a pé, quase métrico, curto e lento.

O tiro de largada veio com o curso Perestroika. Lá enxotaram a minha timidez e me puseram frente a frente aos meus limites com a seguinte mensagem: nós somos ilimitados. No segundo dia de curso, lá vem um sujeito admirável, Gustavo Ziller, dar umas palestras. Entre outros vídeos nos apresenta um TED de Robert Waldinger, pesquisador de Harvard, com o título: Do que é feita uma vida boa?

Foi quase um encontro entre minhas convicções inseguras e o argumento de autoridade de uma grande pesquisa. Lá estava o pesquisador confirmando que uma vida boa, uma velhice saudável, era reflexo de uma trajetória com conexões, uma estrada cheia de relações interpessoais boas, a famigerada sinergia. Depois disso, foi tudo se concretizando. Eu ia andando para o trabalho para liberar a criatividade, chegava antes e lá escrevia por não mais que uma hora. Em pouco tempo eu tinha personagens e suas características (depois eu falo sobre essa montagem) e um pano de fundo dado pela vida e confirmado pela palestra.

A gravidade faz pesar o tempo. Pelos nossos caminhos passam maravilhas, basta estar aberto aos cenários. Eu estava.


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