Recentemente fui chamado pela editora Chiado a fornecer um texto sobre liberdade. Perdi o prazo, o texto não foi para a Antologia, mas continuou comigo.
Bom, se ele não viajou de avião comercial, pode voar aqui com as próprias asas, em voo solo. Segue abaixo.
POUSO LIVRE
O passarinho pousou
Achou a liberdade debaixo daquelas asas
Permitiu ser observado
Veja só
Acomodou aquelas asas flutuantes
Mas de uma plumagem cinza pesada
Firmou-se na árvore
Depois abriu-as para ser visto belo
Há tempos as usava como capa.
Hoje não. Pode ser visto.
No(u) detalhe!
Tirou-se da própria sombra
As penas arco-íris não lhe retiravam mais as garras
Descobriu pela primeira vez que voar
Levava à liberdade
Não ao medo. Não à fuga
Foi ser quem era. Quem sempre quis ser.
Pousou livre.
VITOR LEAL
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